No dia 8 de março comemoramos o Dia Internacional da Mulher. Muito se fala sobre o empoderamento da mulher, da sua identidade, dos seus posicionamentos diante da sociedade, das leis que as protegem contra abusos e vários outros assuntos sobre cuidados com a mulher ainda hoje.
Acompanho diariamente mulheres de todas as faixas etárias, posição social, solteiras, casadas, divorciadas, mães, avós, muitas morando em outras culturas. Alguns assuntos são comuns a todas elas com os devidos desafios dependendo da faixa etária em que se encontram. Mas algumas perguntas aparecem sempre:
- Quem eu sou? Perdi minha identidade!
- O que faço da minha vida agora? Estou perdida…
Os assuntos trazidos por elas trazem uma angústia sobre a identidade que ficou confusa, perdida e geraram uma insegurança pessoal, profissional, nas relações com seus pares, família e amigos. É interessante observar que a construção da identidade desde que a menina nasce passa por subjetividades que influenciarão na sua vida. Como, por exemplo:
- Como as mulheres são vistas no contexto familiar, como são respeitadas ou agredidas de qualquer forma, verbal, emocional ou fisicamente; quem é esta mulher no seu contexto familiar?
- Quem é ela no contexto da sociedade onde vive? Como a sociedade a vê?
- Como a família ou a sociedade permitem que ela circule no trabalho, numa profissão, nas relações?
- De que forma acontecem os casamentos, a maternidade?
A identidade feminina
Anos atrás li um livro sobre a identidade feminina e os seus desafios. Foi escrito por uma mulher (Kari Torjesen Malcolm) que desde muito criança viveu em várias culturas em virtude do trabalho de seus pais em diferentes lugares. Ela cresceu aprendendo pela vivência e observação acerca da identidade da mulher nestas culturas: como elas viviam seus lugares de esposa, mãe, profissional, como viviam a sua inserção na sociedade, qual era a identidade delas naqueles lugares.
Quando adulta ela volta para o seu país de origem e fica chocada como as mulheres estavam posicionando suas identidades de uma forma bem diferente do que ela tinha aprendido e vivido nas outras culturas. Ela aborda em seu livro o quanto as crenças vividas pela cultura, valores familiares, valores espirituais, a filosofia, o quanto os questionamentos e valores que circulam na sociedade influenciam na autoestima da mulher e consequentemente na construção da sua identidade.
Mulheres diferentes com desafios semelhantes
Somos mulheres com papéis e funções distintas, temos essência feminina e observamos que estes aspectos acontecem de maneiras bem diferentes nas diversas culturas. Em algumas delas as mulheres não têm voz, são cobertas, não apenas externamente, mas também internamente, lutam para ganhar espaço tanto dentro da família quanto fora, sofrem discriminação e tantas outras situações difíceis.
Em outras culturas acontece o inverso, elas se expõem demasiadamente, gritam com suas vozes sobre a liberdade que conseguiram como donas de seus corpos, sobre seus “poderes” acima de tudo, se misturando com o masculino, deixando de lado o que é intrínseco do feminino: sensibilidade e doçura aliadas com força, firmeza.
Uma mulher exemplar
Há um texto sobre a mulher que aprecio muito por descrever estas características intrínsecas do feminino numa dosagem equilibrada e saudável. Se encontra na Bíblia em Provérbios 31: 10-31. Esta mulher tinha algumas características que a distinguiam:
- Era valiosa, confiável, bondosa, organizada;
- Não era preguiçosa, cuidava de sua saúde física;
- Atenta aos cuidados da casa, empática com os necessitados;
- Era prevenida no preparo para a entrada das estações;
- Era elegante no vestir, era digna e forte, falava com sabedoria e ensinava com amor;
- Era temente a Deus.
Era capacitada e habilidosa nos seus trabalhos:
- Era artesã, tecia com a roca, fazia cobertas para as camas;
- Gerenciava suas servas organizando as tarefas do dia, tinha um olhar comercial;
- Investia em compra e vendas de terrenos para o plantio, vendia o que plantava;
- Administrava o seu comérciol, fazia roupas e cintos para vender aos comerciantes;
- Praticava assistência social;
- Cuidava dos negócios da casa.
Seu marido era respeitado pela sociedade, seus filhos e o marido a elogiavam dizendo que ela superava todas as mulheres exemplares. Ela é chamada de mulher virtuosa. A tradução literal da palavra no hebraico (eshet hayil) quer dizer mulher guerreira. É a mesma palavra que descreve o exército do faraó citado em outro texto.
Esta mulher era forte internamente, vivia plenamente o seu papel de esposa, mãe, profissional, atuando na sociedade em que vivia como comerciante, administradora, educadora, assistente social nas diversas facetas que cada papel exigia.
Que cada uma de nós possa viver o dia de hoje buscando o seu equilíbrio entre a sensibilidade e a força, a doçura e a firmeza permitindo que sua verdadeira identidade feminina floresça saudavelmente.
Fonte: leamarcondes.com
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