O avesso da alma…

Minh’alma se contorce, se agita e está em grande desassossego. Ela se revolve ao se ver em frente o espelho. O espelho reflete as entranhas que a máscara egóica não consegue tampar. Não existe mais roupas, nem panos, nem pele, o que existe é carne exposta, é luz do intestino virado do avesso, é massa de temperamento que foi mastigada, triturada, depurada, mas ainda precisa ser decantada. Essa massa fermenta e contamina o corpo, gera toxinas na alma que se espalha para o pensamento, para as ações e relações. Imobiliza! Impossibilita um contato real e profundo com Deus e com o outro. Deus manuseia esta massa temperamental e esparrama para limpar, põe no fogo da vida para ferver e depurar. Surgem pedaços aglutinados de inseguranças, medos, distância, raiva, “sou melhor do que você”, “os outros tem e eu não tenho”, “eu também quero e não ganho”, “eu posso”, e tantos outros… São pedaços aglutinados que se incrustam na carne como nódulos que doem e afetam a sua mobilidade e saúde. Deus, só você pode extirpar estes nódulos venenosos no momento exato para não causar mais danos… Me olho novamente no espelho e vejo a Tua sombra cobrindo e protegendo, cuidando do avesso exposto como o cirurgião cuida da assepsia, cuida do que está fazendo. Deus, eu não sei exatamente o que precisa ser feito, mas eu sei que as incrustações precisam ser retiradas, os buracos deixados por elas precisam ser preenchidos de carne nova, macia, saudável… Preciso aprender a disciplina metódica e cadenciada, melódica; preciso aprender a constância leve e persistente, preciso aprender a sutileza do encontro Contigo, a suavidade do olhar e do toque, a singeleza do afeto, a pureza da criança, a ingenuidade da transparência… Preciso aprender a tranquilidade da confiança e a entrega aos braços de Deus que me aninha perto do Seu coração… Preciso transcender, transmutar, transduzir… Como o DNA se replica para perpetuar suas informações, Deus coloca o Seu DNA frente ao meu para que gradativamente ele se replique em mim! Assim a Sua imagem e semelhança se incorpora em mim sem mutações teratogênicas… E eu posso dizer: “aquele que começou a boa obra em mim há de completá-la até o dia de Cristo Jesus” quando todo o Seu DNA estiver todo transduzido em mim!!! Assim seja…. Léa Rocha Lima e Marcondes 6/01/06

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cry, fear, despair

Dialética da vida

A vida é um paradoxo! Lida o tempo todo com os contrários: chegada e partida, encontro e desencontro, amor e desamor, angústia e paz, sofrimento e alegria, certeza e incerteza, confusão e centramento,       vida e morte. Quando menos esperamos temos surpresas que nos levam a pensar nos “acasos” de Deus para nós.  Estes acasos nos levam a deparar com a grande dor da existência humana: o encontro consigo mesmo. Encontro com a dor primordial, com o abandono, com a solidão existencial, com a profunda angústia de ser, apenas ser. Este é o paradoxo – encontrar o meu verdadeiro ser perdido no meio das couraças e prisões da vida! Como encontrar este caminho no meio de tanta turbulência? Deus nos aponta Sua luz, nos direciona o andar, mas não nos livra de sentir a dor do processo. Ele nos acompanha na caminhada, no consolo, dando colo nos momentos necessários. Mas nós precisamos andar no processo. Estar em frente ao espelho nos faz olhar as coisas que não gostamos, que temos dificuldades, que negamos por tanto tempo. Estar em frente ao espelho nos faz perguntar: “espelho, espelho meu, quem realmente sou eu?” Esta é a questão nodal que nos traz profunda angústia: “O que fiz com a minha vida? Como posso retomá-la? Redirecioná-la?“ Sinto a angústia do sofrimento humano, daqueles que se deparam com a dialética da vida e não encontram respostas, que anseiam profundamente por uma saída, pela realização de um desejo. Meu peito aperta, se comprime com a dor, com a minha dor, com a dor do outro… elas se misturam! Há saídas para tudo isto? Não sei…Esta é a dialética da vida! Lea Rocha Lima e Marcondes 10/06/2003

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Experimental edit. To me this feels like soulmates touching after death.

Transformações

O que é transformação à luz da proposta de Deus? Tenho me perguntado acerca desta questão e observo incongruências que me trazem confusão.  Por um lado temos o limite humano, seja ele na área da compreensão, na área emocional, relacional ou espiritual, sem contar as dificuldades físicas que interferem nestas áreas. Por outro lado temos uma proposta de restauração integral: corpo, alma e espírito. A restauração espiritual é imediata e definitiva. Mas a restauração da alma é processo que depende muito do meu investimento, necessidade, disponibilidade e tratamento. É um lapidar constante e ininterrupto. Como conciliar a proposta de Deus, o tempo Dele, o Seu desejo para a minha vida com minhas carências, minhas necessidades, com conseqüências de escolhas mal feitas e situações mal resolvidas ou impossíveis de serem resolvidas, que se chocam com meus sonhos e crenças? Até onde eu consigo crer em mudanças e transformações que sejam coerentes com minhas necessidades e crenças? A realidade mostra impossibilidades, a Palavra mostra esperança. A realidade aponta os limites, as doenças da vida, as incompatibilidades. A Palavra aponta para a renovação, para a transmutação, para a graça. São pólos opostos: a realidade e a Palavra. Entre estes pólos transitam dor e consolo, desesperança e promessas, frustração e possibilidades, hipocrisia e autenticidade, incoerências e harmonia, desejos não concretizados e propostas. Como conciliar estes dois pólos? Esta é uma pergunta crucial, que exige uma resposta também crucial, pois é divisora de águas. Deixe a Palavra invadir a realidade da vida…. É o teste da fé! É o momento de crer no impossível, de incorporar Hebreus 11:1 que diz que “a fé é a certeza de que vamos receber as coisas que esperamos e a prova de que existem coisas que não vemos.” É o momento de assumir a graça e a misericórdia de Deus e prosseguir. O tempo Dele não é o nosso tempo, a Sua vontade não é a nossa vontade. É tempo de aquietar e esperar as promessas se cumprirem. É tempo de viver a fé e não mais  de “brincar” de fé. É tempo de mudança visceral… Léa Rocha Lima e Marcondes 08 / 2003

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Mudanças no Olhar Pedagógico

Francisco Imbernón é um educador, e eu gosto muito dessa fala dele, que diz assim Os professores só mudam as suas crenças e atitudes de maneira significativa quando percebem que o novo programa, ou prática que lhe estão sendo oferecidos, repercutiram na aprendizagem dos seus alunos. Se não esta acontecendo isso para o professor, ele não vai, ele não é instigado com à mudança. Então nós vamos perceber uma reflexão: eu preciso mudar, tem alguma coisa que não está legal, eu preciso de coisas novas, quando começa a incomodar e aí nós vamos em busca da mudança.

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Filhos em outras terras…

Estamos de mudança! Um lugar desconhecido, outra cultura, tudo diferente. Como preparar os filhos?  Crianças, adolescentes, filhos indo junto com seus pais para outras terras levam junto seus medos e inseguranças. O cuidado com os filhos que acompanham os pais em outros países é fundamental para o bem-estar e saúde da família. Cada faixa etária tem sua demanda específica e precisa ser observada detalhadamente. Como prepará-los? Trabalhar com eles sempre do ponto de vista das descobertas, do novo, das surpresas e de forma positiva buscando literaturas adequadas para fundamentar sua segurança e confiança do plano de mudança para a criança e a família. Crianças pequenas com idade de maternal e pré-escolar: conversar sobre a viagem, sobre a mudança, mostrar fotografias ou vídeos lugar e falar o quanto vai ser legal conhecer amiguinhos novos, passeios novos, etc. Selecionar junto com a criança alguns brinquedos preferidos, livrinhos de estórias que mais gostam para levar junto. É importante que a criança não seja colocada em escola, se possível fique com os pais durante pelo menos o primeiro ano da estadia no novo país. Crianças em idade escolar: trabalhar com eles como com os pequenos e acrescentar no seu preparo antes da viagem leituras sobre viagens, sobre o país que vão morar. Observar quais são suas inseguranças e medos em relação à mudança, escola nova e amiguinhos. Pesquisar sobre as escolas do lugar e língua falada na escola. É importante também selecionar brinquedos, livros e objetos que a criança deseja levar junto. Trabalhar a história do país, sua língua, cultura, ver filmes ou documentários sobre o país sempre com informações de acordo com sua faixa etária. Adolescentes e jovens: as demandas nesta faixa etária são mais complexas pois é a idade da turminha, dos grupos e eles vão deixar para trás sua turma da escola, primos, avós, vizinhança. É fundamental que eles tenham os mesmos preparos citados nas outras faixas etárias com as devidas adaptações e acompanhamento específico em relação à questão escolar, pois estão se preparando para as escolhas profissionais. As adaptações e choques culturais das crianças são um pouco diferentes do que acontece com os adultos. De certa forma eles não escolheram mudar de país. Eles têm mais dificuldades para processar as perdas e mudanças por não terem idade suficiente para compreender o que realmente está acontecendo. É aconselhável que a família tenha acompanhamento específico para este momento. O brasileiro fora do país necessita ser atendido por profissional habilitado e experiente em atendimentos transculturais para fazer este acompanhamento às famílias e aos filhos, pois entende que cuidar das crianças é fundamental para auxiliar a família que está se preparando e aquelas que já estão morando fora. Lea Rocha Lima e Marcondes

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Experiência de Aprendizagem Mediada (EAM) de Reuven Feuerstein

Você sabia que temos capacidade de aprender sempre e em qualquer idade? Expormo-nos a estímulos variados e significativos exercitam e estimulam nosso cérebro. Experimente! Reuven Feuerstein , psicólogo romeno, desenvolveu a abordagem da Aprendizagem Mediada que tem como base a noção de modificabilidade cognitiva, por meio da qual as faculdades intelectuais podem ser expandidas não somente na idade de desenvolvimento, mas mesmo durante todo o curso da vida de um indivíduo. Um papel fundamental no desenvolvimento cognitivo é atribuído à experiência de Aprendizagem Mediada. Segundo Feuerstein, a aprendizagem adquirida através de um mediador é mais abrangente e significativa do que aquela que se dá pela exposição direta do sujeito aos estímulos.  Feuerstein fala que a Experiência de Aprendizagem Mediada (EAM) se refere à natureza e a qualidade de toda interação humana destinada a produzir mudanças significativas e duradouras no indivíduo, com o objetivo de promover o seu potencial para aprender. A crença na modificabilidade cognitiva é o elemento deflagrador de toda ação na mediação. Para Feuerstein, “…o sistema de crenças é produzido por uma necessidade, a necessidade de oferecer a uma criança, a uma família, a um outro a possibilidade de desenvolver e alcançar seu máximo potencial e de se materializar como a imagem de Deus”. (Feuerstein, in Gomes, Cristiano Mauro Assis. Feuerstein e a Construção Mediada do Conhecimento. Artmed Editora, 2002). Todas as pessoas estão expostas a duas modalidades de aprendizagem: A primeira, a exposição direta a vários estímulos e experiências de vida, é caracterizada por ser aleatória, incidental, sem controle, sem um plano ou propósito. Nesta modalidade o indivíduo aprende sozinho, relacionando-se com objetos, pessoas e fatos, estando sujeito às situações que se apresentam e o resultado é prejudicado em razão dessas características. A segunda, denominada Experiência de Aprendizagem Mediada (EAM) ocorre quando o indivíduo é exposto a uma série de estímulos selecionados e controlados por um mediador humano, com a intenção de promover novas descobertas ao mediado. Essas descobertas são trabalhadas, carregadas de significado, provocando modificações em sua estrutura cognitiva. A EAM tem seu foco não especificamente no conteúdo das informações, mas sim no diálogo intencionalmente entre o mediador e o mediado, ambos interagindo pela troca de impressões, sentimentos sobre o mundo e as formas de compreender a realidade. Esta interação na comunicação provoca mobilização cognitiva e afetiva através da relação entre eles. A EAM caracteriza-se pela produção intencional de significados vividas pela relação entre ambos, estimulando e acessando a capacidade de aprender, de reagir e interpretar o ambiente. A compreensão da aplicabilidade da EAM em áreas diversas amplia qualitativamente possibilidades de desenvolvimento pessoal e profissional. Lea Rocha Lima e Marcondes

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Malas passaporte mapa mundi mundo viagem transição cultural missão transcultural

Mudança de país, mudança de vida…

Recebeu um convite para estudar ou trabalhar em outro país?  Aproveite a oportunidade de experimentar uma nova cultura e aprender uma nova língua!  As estações da vida mudam! A vida nos traz muitas vezes mudanças radicais como trabalhar ou estudar em outro país, desempenhar serviços humanitários, ongs, agências missionárias, políticos ou militares em situações específicas. Nem sempre estamos preparados para enfrentar as diferenças culturais, linguísticas, religiosa, costumes, alimentação, entre outras. Os preparos são muitos: documentos específicos, visto de entrada no país, seleção do que vai levar, do que vai deixar e do que vai se desfazer, desmanche da casa e pertences, despedidas. Todos os preparativos “burocráticos” e organizacionais vêm acompanhados de fortes e diferentes emoções, surpresas inesperadas, sentimentos de alegria pela novidade e ao mesmo tempo medo do desconhecido. A área do cuidado e atendimento de pessoas e famílias em situação de mudança de país, permanência ou de retorno ao país de origem é relativamente nova e complexa. Muitas vezes vão com 2 malas cada um! Apenas isto! Precisarão montar uma nova casa, escolher escola para os filhos, aprender a nova língua, conhecer pessoas diferentes em todos os sentidos e muitas outras coisas. Tudo isto em meio ao choque cultural e seu processo de adaptação. O dia da partida chegou, despedidas aconteceram no aeroporto e eles agora estão em outro país! Mas como realmente eles estão? Nosso papel enquanto profissionais da área do cuidado é tanto acompanhar e auxiliar a pessoa, sua família, filhos na caminhada emocional e relacional em todo seu percurso desde o momento que ele chega até nós antes da partida, quanto durante sua estadia no país estrangeiro. Acompanhamos suas adaptações e necessidades de orientações específicas, bem como preparo para a sua volta ao país natal. Todas as questões “externas” relativas ao processo de ida, de chegada no país e retorno à terra natal desencadeiam muitas questões “internas”: inseguranças, desafios, decisões, conflitos, posicionamentos, medos, mudanças, o novo, questionamentos e incompreensões. Todas estas emoções geram um luto pelas diversas perdas. Cada pessoa envolvida em uma mudança de país, seja por qual motivo for, necessita lidar com suas questões emocionais e relacionais para seguir tranquilo e mais preparado para enfrentar os desafios que toda mudança transcultural desencadeia. É importante que o profissional que vai acompanhar a pessoa ou família tenha experiência transcultural e conhecimento da complexidade emocional, social, física, cognitiva e também espiritual que envolve se mudar e viver em outro país. Lea Rocha Lima e Marcondes

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